O credo Apostólico
Creio em Deus, Pai, Todo –Poderoso, Criador do céu e da terra;
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
Nasceu da virgem Maria;
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
Foi crucificado, morto e sepultado;
Desceu a mansão dos mortos;
Ressuscitou ao terceiro dia;
Subiu aos céus;
Está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso;
De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; Na santa igreja católica (universal) na comunhão dos santos;
Na remissão dos pecados;
Na ressurreição da carne;
Na vida eterna. Amém.
Os Credos em princípio não pretendem ser uma exposição exaustiva da fé, antes consistem numa declaração de fé dos pontos considerados essenciais à existência da Igreja Cristã.
Emprego dos Credos e Confissões
1) Doutrinariamente
Serviam como ensino proposicional a respeito da fé cristã, ao mesmo tempo em que combatiam ênfases ou ensinamentos essencialmente errados, resguardando a igreja de ensinos heréticos e uniformidade de fé nos convertidos.
No segundo século eles eram conhecidos como “regra de fé”. Os candidatos a Profissão de Fé estudavam a “doutrina” a fim de que pudessem, na ocasião própria, declarar publicamente a sua fé de forma responsiva.
Os Credos também tiveram outra utilidade; Devido ao medo da perseguição, ao invés deles serem escritos, eram memorizados e quando necessário, recitados como testemunho de sua fé.
Dessa forma, os credos, assumiram papel fundamental na vida dos fiéis que têm a sua fé alimentada e fortalecida na declaração da promissa na qual ele crê.
2) Liturgicamente
A)Batismo: Os fiéis declaravam (no caso de serem adultos) responsivamente a sua fé na ocasião do batismo e declaratóriamente. Vejamos em Atos 8:37
Atos 8:37 – “[Felipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.]
Romanos 10:9 – “Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.
B) Santa Ceia:
Na Eucaristia a Igreja declarava a sua fé por meio de hinos, orações e exclamações devocionais.
1 Coríntios 12:3 – “ Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito de Santo.”
1Coríntios 16:22 – “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema. Maranata!”
Filipenses 2:5-11 – “Tende em vós o mesmo sentimento que houve tamgbé4m em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens;
E, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.
C) Culto:
Ao que parece, a partir do quarto século, os credos passaram a ser usados nos cultos regulares, sendo recitados após a leitura das escrituras.
Com o passar do tempo, os credos foram se tornando mais detalhados, isto por três motivos:
1) Devido à compreensão mais aprimorada das doutrinas bíblicas;
2) Considerando o intenso crescimento da igreja (sec.III), instruir os neófitos para que estes não fossem facilmente conduzidos pelas heresias;
3) Devido à necessidade de, mediante o ensino cristão, combater as heresias que surgiam, marcadamente, relacionadas com a Pessoa de Cristo.
O Credo dos Apóstolos tem a sua origem no Credo Romano Antigo, elaborado no segundo século, tendo algumas declarações doutrinárias acrescentadas no decorrer dos primeiros séculos.
Chegando ao que temos hoje por volta do sétimo século. A sua origem não é apostólica, contudo, a sua autoridade foi derivada de seu conteúdo fundamentalmente bíblico, não de sua suposta origem.
Paul Tillich, comentando a primeira declaração de fé deste Credo disse – “Creio em Deus Pai Todo-poderoso Criador do Céu e da Terra” – diz que:
“deveríamos pronunciar essas palavras com grande reverência, porque, por meio dessa confissão, o cristianismo se separou da interpretação dualista da realidade presente no paganismo(…)
O primeiro artigo do Credo é a grande muralha que o cristianismo ergueu contra o paganismo. Sem essa separação a cristologia teria inevitavelmente se deteriorado num tipo de gnosticismo no qual o Cristo não seria mais do que um dos poderes cósmicos entre outros, embora, talvez, o maior deles.”